Assembléia
Legislativa de Minas Gerais cria proposta para proibir a circulação de menores
nas ruas após certo horário.
Fonte: Jornal O Tempo
Proposta tramita na Assembleia de Minas,
proibindo a circulação de menores de 18 anos nas ruas de todas as cidades
mineiras entre 23h30 e 5h, a não ser que eles estejam acompanhados dos pais ou
responsáveis legais. Aqueles que forem flagrados desacompanhados podem ser
levados a um Juizado da Infância e Juventude e só serão liberados na presença
dos familiares. Já os pais que deixarem seus filhos nas ruas depois do horário
correm o risco de cometer uma violação aos direitos das crianças e adolescentes
e, em casos mais extremos, até mesmo de perder a guarda deles.
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Segurança. Para o autor da proposta, o deputado
João Leite (PSDB), o objetivo da medida é garantir a segurança dos menores.
“Não tem porquê um jovem estar na rua de madrugada. Queremos protegê-los dos
ambientes adultos, onde há consumo de bebidas, namoros. Além disso, estamos em
uma época que merece mais cuidado, ano que vem temos uma Copa do Mundo e não
sabemos que tipo de pessoas vamos receber”, argumenta.
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No entanto, o “toque de recolher”
analisado pelo Legislativo é considerado inconstitucional por representantes da
Justiça, Ministério Público e entidades ligadas à proteção das crianças e
adolescentes. “Estamos falando de um direito fundamental que não pode ser
modificado, que é a liberdade de ir e vir. Mesmo se o texto propuser uma
modificação ao Estatuto da Criança e Adolescente, ele é subordinado à
Constituição. E esta não pode ser modificada pelo Legislativo estadual”,
explica a juíza da Vara da Infância e Juventude de Belo Horizonte, Valéria
Rodrigues.
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Além disso, o Conselho Nacional dos
Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), ligado à Secretaria de Direitos
Humanos da Presidência da República, acredita que a medida não diminui
vulnerabilidade. “A maioria dos crimes contra menores ocorre dentro do ambiente
familiar e na escola”, aponta a conselheira titular da entidade, Miriam dos
Santos. Os dados da Secretaria de Desenvolvimento Social confirmam a tese. Das
896 denúncias entre janeiro e maio deste ano, 53% eram de violências e abusos
cometidos dentro de casa.
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